ESTUDO IDENTIFICA BIOMARCADOR SANGUÍNEO QUE PODE INDICAR CASOS DE MIOCARDITE
Novo estudo indica possibilidade de um novo teste sanguíneo para identificação de miocardite, inflamação cardíaca de difícil diagnóstico.
A miocardite é caracterizada pela inflamação no músculo cardíaco e é causada por infecções virais ou bacterianas. Os sintomas incluem fadiga, falta de ar, febre baixa e podem desencadear um ataque cardíaco se não há um diagnóstico e tratamento. Contudo, a miocardite é difícil de identificar e existe hoje uma ausência de testes diagnósticos acessíveis. Nesse sentido, um novo estudo, publicado na revista Circulation, identificou um biomarcador sanguíneo que sinaliza a presença dessa condição.
Atualmente, as ferramentas utilizadas para o diagnóstico da miocardite são imprecisas. O teste definitivo padrão-ouro é uma biópsia de tecido cardíaco, que é raramente executada por ser muito invasiva. Outros testes incluem ressonância magnética ou raios-X, realizados para detecção de anormalidades cardíacas, ou ainda exames de sangue, usados para rastrear marcadores de inflamação que podem apontar para miocardite.
O estudo em questão foi realizado por pesquisadores do Reino Unido e a expectativa sobre esse biomarcador é desenvolver exatamente um exame de sangue que identifique essa condição de forma mais fácil e rápida.
Essa nova pesquisa teve como foco as células T, um tipo fundamental de célula imunológica. Os pesquisadores identificaram que, na presença de inflamação cardíaca, as células T circulantes no sangue expressam uma molécula denominada cMet. O estudo sugere que essas células possuem um papel específico na miocardite, de maneira que o rastreamento de seus níveis por meio de um exame de sangue pode indicar se há inflamação no tecido cardíaco.
O levantamento apresentou resultados otimistas de eficácia com 34 pacientes com miocardite, mas existe a necessidade de validação da descoberta em um estudo maior. Após essa confirmação, a expectativa dos pesquisadores é que esse teste se torne um acréscimo aos exames de sangue de rotina solicitados pelos médicos e que os resultados, em conjunto com os demais testes, possam auxiliar no diagnóstico da miocardite. Se as próximas etapas do estudo forem bem-sucedidas, esse novo exame pode ser disponibilizado dentro de um ou dois anos.
Fonte: futurodasaude
